“On Coopetition”

A evolução da estratégia, desde suas origens primatas até a influência da Teoria dos Jogos na Segunda Guerra Mundial, destaca a importância crescente da cooperação como abordagem estratégica. Embora ainda predominem estratégias competitivas tradicionais, a ascensão da coopetição e dos ecossistemas colaborativos desafia os estrategistas a integrar novos conceitos e ferramentas para enfrentar os desafios contemporâneos de negócios.

As primeiras noções de estratégia foram identificadas em primatas, os quais formavam coalisões para solução ou vitória em conflitos sem uso da violência. Mais que mera curiosidade, esse resgate define a essência do conceito de estratégia: uma solução para um problema e para a conquista de um objetivo. Mas também faz lembrar de algo fundamental, ainda que possa parecer irônico vindo do caso exposto, que é o emprego da sabedoria na tomada de decisões. Para que derramar sangue se é possível negociar, cooperar? Olhando para os dias atuais, observa-se mais e mais profissionais e empresas aderindo à essa mesma essência, ao reorganizarem seus modelos de negócios e abordagens em direção à COOPERAÇÃO e à formação de ecossistemas. Vejo isso como um bom sinal de evolução na estratégia competitiva. Mas também de mudanças e de grandes e novos desafios nos negócios.

Já nos anos 1940, a Teoria dos Jogos trouxe uma nova abordagem abstrata, formal e com contribuições relevantes para o desenvolvimento do campo da estratégia. A principal noção é de que a estratégia depende da assunção sobre ações futuras de outros, sobre as quais não existe controle. No entanto, por meio de cooperação torna-se possível a obtenção de melhores resultados para as partes envolvidas. O desfecho da Segunda Guerra Mundial pode ser considerado um exemplo disso, provavelmente diferente se não fossem as alianças formadas em resposta ao Nazismo.

Muito embora o “jogo da estratégia” devesse buscar soluções com base em sabedoria, negociação, e cooperação, antes de “partir para a briga”, fato é que, na maioria dos casos, as organizações ainda atuam em cadeias, setores, e seus administradores ainda tomam decisões “On Competition” (Porter). As principais estratégias competitivas clássicas (atacar, defender, desenvolver) não se dedicam o bastante ao tema da cooperação, mas ao da superação dos concorrentes. Mas isso pode estar mudando, principalmente após o início da Revolução da Digitalização. Mas será mesmo? Há muitas empresas sendo criadas e transformadas a partir de propósitos melhor alinhados à “Sociedade de Stakeholders”, com modelos de negócios em ecossistema, e redes colaborativas que permitem imaginar a ascensão do COOPETITON. Neste novo contexto, os estrategistas são desafiados pela necessidade de adicionar novas ferramentas e noções aos seus arcabouços de sabedoria para estarem habilitados a decidir e executar. É incrível o potencial gerador de valor e solucionador de problemas da COOPETIÇÃO. Por outro lado, também chama atenção como algumas “empresas focais”, notadamente ligadas à tecnologia da informação, têm rapidamente dominado ecossistemas, e os tornado cada vez mais e dependentes delas.

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