Tendência: IA e a Concentração nos Setores Econômicos

A concentração econômica em torno do setor de TI, impulsionada pela Inteligência Artificial e outras novas tecnologias, está remodelando os modelos econômicos. Isso desafia as empresas a repensarem suas estratégias para competir em ecossistemas cada vez mais interligados e dominados por players de tecnologia. A reflexão estratégica deve considerar como manter vantagem competitiva, inovar para sobreviver diante da pressão sobre margens, e explorar se há alternativas viáveis fora dessa tendência de concentração em torno do setor de TI.

Seja qual for a ferramenta de estratégia utilizada, geralmente o planejamento estratégico, fato é que as empresas mais bem administradas costumam dar especial atenção a revisão de seus planos e orçamentos durante o segundo semestre de cada ano.

Com vistas a aproximarem-se um pouco mais de seus objetivos, ou mesmo de afastarem-se de seus problemas, diretorias e conselhos se esforçam em diagnosticar questões internas, assim como em compreender a dinâmica e as tendências do ambiente ao seu redor.

Neste contexto, a Inteligência Artificial (IA) tornou-se pauta obrigatória, sobre a qual trarei alguns pontos de reflexão que podem ser úteis neste momento de reflexões sobre estratégias.

A IA está retirando restrições de escala, de alcance, e de predição de comportamento de compra que limitavam a modelagem de negócios ao século passado.

Conjuntamente à novas tecnologias (IoT, IA, impressão 3D, computação em nuvem, blockchain, big data, machine learning, 5G, nanotecnologia, robôs, drones, veículos autônomos, computação quântica, realidade aumentada, etc), e em associação à equipamentos que proporcionam conexões, extração e uso de dados em sistemas abertos, essas novas tecnologias estão redesenhando o formato, abrangência, e influência dos setores econômicos.

Assim, é possível observar, cada vez mais, a concentração (centralidade econômica) em torno do (“macro”) setor de TI, sendo seus players as empresas focais nos novos ambientes competitivos/colaborativos (“ecossistemas”), deixando às demais indústrias papel secundário nos arranjos de captura e entrega de valor.

E, segundo Marco Iansiti e Karim R. Lakhani (Competing in the Age of AI, 2020, p. 176), isso comporta-se como uma tendência que está moldando toda a nova economia.

Se essa é de fato uma realidade e uma tendência, como afirmam os autores, entendo ser bastante oportuno que os administradores estratégicos avaliem os impactos disso em seus setores e empresas.

E assim, proponho três temas para reflexão de diretores e conselheiros:

1) Sendo as fronteiras entre um e outro setor cada vez mais tênues, então maior o número de substitutos que se converteriam em concorrentes. Desta forma, a competição não se daria mais em produtos diretamente concorrentes, logo, com quem (produto/setor) será a competição no futuro e o que será necessário para manter ou criar vantagem competitiva?

2) Porém, considerando a centralidade das empresas de TI na nova economia, não haveria pressão cada vez maior sobre as margens das “empresas satélites” no ecossistema? Como inovar para sobreviver?; e, finalmente,

3) “Há vida” fora da tendência descrita por Iansiti e Lakhani? Em outras palavras, haveria como escapar da concentração em torno do Setor de TI? Ou a estratégia é a adaptação?

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