Em postagem anterior, comentei que o processo de estratégia se inicia pela definição de objetivos (“onde chegar”), passando pela escolha da(s) estratégia(s) (“o que fazer”) e, só então, pelo desdobramento das ações/projetos. Portanto, a forma “como” implementar “o que” deve ser feito, para chegar “onde” se pretende chegar, constitui-se na etapa final a ser realizada. Destaquei também o “trade-off” (“escolha eletiva”) como noção intrínseca à estratégia e a sua importância, dentre outros motivos, para racionalizar o uso dos recursos e para dar sinergia aos esforços organizacionais. Desta forma, evidenciei a estratégia no centro do referido processo. Uma obviedade, se não fosse um pequeno (ou grande) detalhe: com enorme frequência ela (a estratégia) não está lá! Chamo esse fenômeno de “LIGAÇÃO DIRETA”.
A “LIGAÇÃO DIRETA CLÁSSICA” consiste em “barbeiragem” muito comum em planejamento estratégico. Realizada a matriz “SWOT”, os planejadores estabelecem os objetivos e, baseados nesse instrumento de análise, partem diretamente para o desdobramento de projetos estratégicos. Neste contexto, muito comum é a utilização do BSC (“Balanced Scorecard”). Ótima ferramenta para comunicação e execução da estratégia. Mas antes, é indispensável ter uma estratégia.
Definir objetivos e, então, simplificar o processo partindo diretamente para “como” atingi-los, ao menos na “regra”, carrega em si um grande problema: não ter resposta para a pergunta “QUAL É A ESTRATÉGIA?”. Estratégia é uma solução geralmente dura, para um problema complexo que obstaculiza uma empresa a mover-se entre o ponto onde está e a sua Visão. E essas dificuldades sempre existem em negócios. Iniciativas sem estratégia podem não encontrar a solução para o “problema”. Podem não construir vantagem competitiva. E, assim, provavelmente, levarão a perda de tempo e dinheiro.
Na próxima postagem escreverei sobre a “LIGAÇÃO DIRETA MODERNA”, forma mais “contemporânea” de pular direto dos objetivos para as ações estratégicas.