Inteligência Artificial X Estratégia Empresarial: vencerá a sabedoria

A evolução da Inteligência Artificial está redefinindo a execução operacional e desafiando a formulação estratégica, levantando questões sobre seu potencial para assumir funções estratégicas. Enquanto as máquinas dominam operações complexas, a capacidade humana de imaginação e sabedoria continua sendo crucial para criar e sustentar estratégias que agreguem valor de forma sustentável, especialmente em um contexto onde a replicação da sabedoria humana pela IA ainda é incerta.

Os algoritmos vêm substituindo com produtividade várias atividades desempenhadas por humanos, tornando viáveis modelos de negócios antes difíceis de serem colocados em prática. Ocupando um papel central nas operações, a tecnologia tem tratado da complexa execução de estratégias formuladas por seres de carne e osso.

No entanto, com a rápida evolução da Inteligência Artificial (IA), quanto tempo demorará e quais seriam os impactos da sua possível ascensão a papeis de protagonismo estratégico?

A IA já tomou protagonismo com relação a todas outras ferramentas digitais que compõem o arsenal da chamada “Quarta Revolução Industrial”.

A transformação digital, em princípio impulsionada por diversas novas tecnologias (IoT, blockchain, big data, dentre tantas outras), pouco mais de uma década depois de seu início, está se tornando a “Revolução da IA”. De “uma” dentre as novas tecnologias, assumiu centralidade na transformação e tornou-se “a” tecnologia que deverá moldar o desenvolvimento econômico nas próximas décadas, retirando restrições de escala, alcance, e de predição de comportamento de compra que limitavam a modelagem de negócios ao século passado.

Surgem alertas de especialistas mundo a fora sobre os avanços das pesquisas em IA em simular a natureza humana, fronteira tecnológica e moral que desafia a humanidade. Vale destacar os debates sobre a proliferação na desinformação, assim como a aceleração da “obsolescência da mão-de-obra”.

Mas também há reflexões e preocupações sobre máquinas em posições de “autoria” e tomada de decisões de cunho mais estratégico. Ficção científica? Não mais.
Neste novo contexto, entendo que à tecnologia cabe a sustentação de operações complexas, das quais depende a viabilização de modelos de negócios antes impensáveis.

Já aos gestores (decisores estratégicos) compete a imaginação para capturar valor por meio de novos modelos, a formulação de estratégias capazes de levá-los adiante, e a responsabilidade para que tudo isso seja feito de maneira sustentável.

Em outras palavras, a liderança pela sabedoria é inerentemente ao ser humano, pois saber é mais que conhecer.

Em verdade, os limites da IA ainda não estão claros nem para os especialistas no assunto. Por enquanto, e no que toca à formulação estratégica, cabe questionar com rigor a capacidade das máquinas em replicar a sabedoria humana.

Se os algoritmos tiverem sucesso em processar não somente conhecimento, mas também valores, habilidades, competências e percepções, então terão capturado os elementos humanos que constituem a SABEDORIA de construir estratégias condizentes com as demandas da humanidade. Caso contrário, melhor cuidar para que fiquem com as operações e execução disso, deixando a perspectiva estratégica para o mandato exclusivo dos seres humanos.

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