“Obediência à Autoridade”: Leitura Indispensável para Estrategistas Empresariais

“Obediência à Autoridade” examina como indivíduos subordinados tendem a se distanciar da responsabilidade moral e do livre arbítrio ao seguir ordens de autoridades. Este estudo é particularmente relevante em um contexto de avanços em Inteligência Artificial, onde surgem questões sobre o controle humano e a responsabilidade nas decisões organizacionais e tecnológicas.

Somente após a publicação de “Saberes Estratégicos: é preciso mais do que conhecimento para a gestão empresarial” (Sulina, 2010) é que tomei conhecimento de “Obedience to Authority” (Harper Perennial, 2009), de Stanley Milgram.

Considero de grande importância para compreender as fronteiras da estratégia os resultados daquele estudo do início dos anos 1960, ainda mais em um contexto de Inteligência Artificial (IA). Se antes a preocupação era, essencialmente, como equilibrar os interesses e maximizar os resultados dos stakeholders, atualmente isso se ampliou para quem de fato será o SUJEITO no processo decisório.

Em apertada síntese, o conceito de “Obediência” dá conta de que um indivíduo em posição de subordinação passa a enxergar-se como instrumento da vontade de um terceiro, detentor de autoridade, desta forma não mais percebendo-se responsável direto por suas ações. Isso ocorre pelo comprometimento de seu livre arbítrio e da avaliação moral de seus atos, consequência de interações humanas muito semelhantes àquelas que ocorrem nas organizações.

Além disso, foram o experimento de Milgram encontrou elementos confiáveis para constatar que algumas pessoas compreendem sistemas de origem humana (como são os algoritmos, por sinal) como se estivessem fora do controle de agentes humanos.
Em outras palavras, a existência de pessoas “por trás” de ideias e decisões são negadas por muitos, passando esses agentes subordinados a agirem até mesmo sem ressentimentos, negligenciando consequências por assumirem estarem cumprindo seus deveres por algum tipo de “causa nobre”.

Recomendo este livro àqueles interessados no estudo da estratégia empresarial, particularmente no processo de formulação estratégica, seus limites e possibilidades. Também e é claro aos que buscam o desenvolvimento de suas fronteiras em tempos de IA. “O experimento de Milgram” também dá nome a um filme que, além de demonstrar com bastante riqueza de detalhes a referida pesquisa, ainda conta com passagens interessantes sobre a vida desse importante personagem da ciência do século passado.

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