Práticas para aumentar a eficácia estratégica

Na formulação estratégica, enquanto ferramentas analíticas e informações são prioritárias, a prática efetiva de como as decisões são tomadas frequentemente é negligenciada, impactando profundamente os resultados organizacionais. Recomenda-se focar na preparação escrita prévia e na gestão do tamanho da equipe de estratégia para promover discussões mais produtivas e decisões mais eficazes.

Ferramentas analíticas e informações costumam ser os temas de destaque quando assunto é formulação estratégica. Modelos para a tomada de decisões fazem parte da história da Estratégia Empresarial. E o cuidado com as informações, algo sempre lembrado, afinal de contas, “garbage in, garbage out!”. Mas há um assunto que não costuma receber a devida atenção, e que pode alterar drasticamente o rumo de uma empresa. Trata-se da forma “como” as decisões são tomadas “na prática”. Então, seguem duas práticas para a sua avaliação:

1) PREPARAÇÃO para a DECISÃO: dada a importância do momento, pode parecer estranho, porém, na média, a alta gestão não se prepara adequadamente para reuniões de formulação estratégica. Geralmente realiza leituras breves das análises e complementa as mesmas com algumas anotações de apoio. Embora existam casos de falta de tempo, ou de engajamento, com frequência há executivos que avaliam de antemão que prevalecerão ideias com base em poder ou autoridade. Desta forma, preveem participação sua menor frente à consultores (“autoridades no assunto”) e indivíduos em posições de destaque na organização (presidentes, proprietários), que costumam exercer tais características, mesmo que não necessariamente quem possuam as melhores respostas aos problemas. A solução? Combinar a PREPARAÇÃO POR ESCRITO, com dias de antecedência (para reflexão), e em formato único (tópicos) para todos os participantes. E utilizar mediação capaz de capturar as contribuições, construindo alternativas aos problemas, ao melhor estilo “Estudo de Casos” de Harvard.

2) TAMANHO da EQUIPE de Estratégia: Ao contrário do que se pode pensar, quanto maior o grupo, mais difícil será a obtenção de perspectivas divergentes. Só que isso é essencial à eficácia estratégica. A tendência é justamente oposta: convergir em torno de uma ideia. E geralmente “lançada” por alguém com poder ou autoridade, logo no início do debate. MUITO PARTICIPANTE geralmente produz POUCO CONTEÚDO. Também maior a probabilidade das abordagens superficiais, não necessariamente por culpa do proponente, mas da falta de tempo. Além disso, o pior aspecto do excesso de equipe é a manipulação, um risco menor quando se está ao redor de uma mesa e não em um auditório. Há um legado da Administração Participativa que ainda sobrevive em algumas organizações, mas que não se sustenta na lógica ou nos resultados atingidos. Estratégia é a “arte do general”, ou “arte do comando”, não do comandado, que é quem entende da execução no campo de batalha. E isso já era sabido pelo imperador Leão VI (“o Sábio”), em 900 D.C. E para atender a todos, “democraticamente”, ao invés de encontrar “o caminho”, e buscar o “trade-off” (escolha eletiva), cai-se na tentação de colocar todas as ideias “para dentro”. Isso resulta, inequivocadamente, em muitas ações, porém, não necessariamente em estratégia alguma.

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