“Strategy as Practice”: Você Conhece?

Um recente debate no LinkedIn sobre os motivos que levam o Planejamento Estratégico (PE) ao insucesso, conduziu-nos ao papel determinante da equipe de planejamento. Destaquei a capacidade (conhecimento) e a motivação (disposição) para planejar como condições básicas para integrar qualquer esforço de estratégia. E abordei, ainda, a importância chave da liderança na eficácia do PE. Para mim, se a mesma não “comprar” o plano, estiver comprometida com ele, comunicá-lo adequadamente, e “patrociná-lo” na execução e nos ajustes necessários, grandes são as chances de insucesso. Mas, antes disso, em nosso debate, compreendemos que o PE consiste em um conceito amplo, atualmente dado a uma variedade de práticas coordenadas (por algum “método”) para formulação de estratégias organizacionais com vistas a elaboração de um plano. E isso me fez lembrar de estudos que poderiam ampliar ainda mais as reflexões e os esforços sobre como fazer estratégia e planos darem certo.

“Estratégia como Prática” (“Strategy as Practice”) é uma área de estudos relativamente recente (uns 20 anos) que se debruça sobre a gestão estratégica e o processo de tomada de decisões, para analisar em profundidade as relações/interações sociais existentes nas atividades que vão da formulação/pensamento estratégico à execução de estratégias e planos. Na minha opinião, trata-se de um campo de estudos já relevante no meio acadêmico, mas que ainda não atingiu de forma mais impactante o meio empresarial. Justamente onde as coisas acontecem. Seu foco não se direciona aos resultados desses processos (eficácia), mas em como eles ocorrem. No entanto, ao aprofundar na compreensão de atividades, acaba por revelar oportunidades concretas para o ganho de performance. E há muita pesquisa de qualidade nisso. Vou citar, por exemplo, os estudos de Ann Langley e Maria Lusiani sobre planejamento estratégico como prática, e de David Seidl e Stéphane Guérard sobre reuniões e workshops na construção de estratégias.

Acredito muito no potencial desta área de estudos, que tem contribuição prática a oferecer e que pode ser rapidamente apropriada pelas empresas. As interações sociais existentes durante o processo de estratégia, como as que ocorrem no emprego de ferramentas como o PE, merecem ser revisitadas. No meu caso, por exemplo, há muitos anos venho recomendando modificações nos processos de tomada de decisões, dentre os quais a redução dos tamanhos das equipes de planejamento e o incentivo ao “pensamento divergente”, como formas de ampliar e qualificar alternativas no “problem-solving”. E, para você, provavelmente surgirão outros insights valiosos de Strategy as Practice. Fica a dica!

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