Na semana passada tive a satisfação de refletir sobre o artigo “PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, O QUE MUDOU?” juntamente com Ageu Barros, Andre Dytz, Giovanna Benetti, Marcello Beltrand MSc., e Sandro Kluge, dentre outros. O foco original do texto foi a evolução da abordagem metodológica do PE, mas as manifestações nos levaram a outro tema fundamental em seu sucesso: as pessoas. Comentei, então, sobre a discrepância (“Gap”) existente entre a necessidade e a realidade das equipes de planejamento, em termos de preparação e de motivação para planejar. E me fez recordar de um ponto crítico na eficácia da estratégia de negócios que venho destacando há muitos anos: o “GAP DA LIDERANÇA”. E sobre a importância do líder no sucesso do PE, destaco alguns trechos que escrevi para a revista AMANHÃ (Junho, 2012):
“Pode até parecer tolo comentar, mas, antes de qualquer coisa, é fundamental que as principais lideranças na empresa tenham “comprado” a ideia de que o PE é, na prática, uma solução de competitividade na qual vale a pena investir tempo e dinheiro. Contudo, o que se observa é que muitas empresas não dispõem de lideranças que estimulem o engajamento necessário ao projeto. Com isso, a tendência é que o mesmo vá se esvaziando com o passar do tempo. Um indício muito forte do conceito que o líder faz com relação a esta ferramenta é quando, após uma reunião de planejamento, ele diz em alto e bom tom: “agora vamos voltar ao trabalho”. Na verdade, não deveria haver trabalho mais importante para a empresa do que cuidar do seu futuro. Assim, nenhum planejamento estratégico resiste”.
“Uma liderança comprometida é essencial para convencer os demais a participarem com “corpo e alma”. Há uma tendência dispersiva quando se conclui a elaboração do plano estratégico (documento), e o acompanhamento próximo de alguém que tenha poder e influência na organização é ponto chave na manutenção da mobilização sobre os propósitos e trabalhos definidos”.
“O presidente da empresa, e não só o responsável pelo projeto, precisa agir como “apóstolo” do PE. É indispensável que ele dê o exemplo prático da relevância que esse trabalho tem para o futuro do negócio, sendo o seu principal “patrocinador”. Isso evidentemente implica em abrir espaço em sua agenda para tratar dos assuntos do planejamento; porém, mais do que isso, envolve posicionar-se com consistência e com perseverança diante dos desafios inerentes ao processo. Uma atitude descrente envenena a todos. Um olhar desprovido de crítica com relação a sua empresa gera perigosa cegueira coletiva. E a falta de resiliência diante dos obstáculos que normalmente surgem no PE soa como um convite aos fracos e um banho de água fria em quem pode fazer a diferença”.
“Ao buscar as razões pelas quais o planejamento estratégico falha, somos levados a uma resposta interessante. Tudo indica que estamos olhando na direção errada. O problema não está na ferramenta, mas naqueles que a utilizam”.

